Saber competir e estar preparado para o fazer é uma condição de preparação para a vida que não devemos esquecer na formação e educação dos mais jovens, e que a nossa escola inscreve, de forma descomplexada, nas suas finalidades educativas.
A aceitação deste princípio na nossa escola obrigou-nos a nós, grupo de Educação Física, a um continuado esforço de qualificação da prática desportiva, numa exigência de valorização de um modelo de intervenção pedagógica que tem pensado a competição dos alunos à imagem da sua prontidão, não esquecendo os seus interesses e necessidades, considerando-os como sujeitos.
O desporto nesta escola tem sido assim um meio primordial de renovação da educação, de lhe emprestar uma cara de festa e convivialidade, de quebrar a rotina escolar com competições internas e externas. Trata-se sobretudo de consumar o desiderato de desportivizar a escola e escolarizar o desporto.
Na nossa escola, o desporto escolar, para além dos benefícios que, enquanto atividade física proporciona ao organismo, tem-se revelado uma atividade pedagógica por excelência, visto esta assentar no princípio da competição - do jogo. É importante salientar que o jogo não se trata apenas da procura da competência ou adestramento motores. Trata-se sobretudo de uma configuração interior do homem.
Este princípio da competição é o elemento mais estruturante de toda a formação desportiva das crianças, e um aspeto determinante da sua educação, na sua preparação para a vida. De facto, não nos iludamos; as sociedades são competitivas, sempre o foram, e sempre o serão.
O desporto escolar tem sido assim um espaço inigualável de formação humana, por ser um domínio cultural criado livre de finalidades existenciais ou de sobrevivência. Assume-se nele o esforço humano de procura e realização de sentidos sob a forma de vivências motoras.
A educação funda-se precisamente na preocupação de enraizar uma cultura do apreço, da valorização e fruição da vida! A nossa escola percorre este caminho quando nela, através do Desporto Escolar, há movimento, carga, suor e esforço; quando há golos, cestos, pontos e remates; quando se corre, salta, luta; quando se vencem receios, complexos e medos; quando se enfrentam e ultrapassam barreiras e obstáculos; quando há otimismo e empenhamento; quando há vontade e oportunidade de exercitar, aprender e render; quando há regozijo na vitória e a derrota forja a vontade e decisão de tentar ganhar; quando agir, fazer e experimentar são os verbos preferidos, e desistir, não participar e estar fora de jogo são atitudes proibidas; quando corpos grandes e pequenos, gordos e magros, fortes e débeis, velozes e lentos são iguais no gosto pela ação e pelo uso desportivo do corpo.
Quando tudo isto contribui para que a prática desportiva se torne uma necessidade vital, integrante de um estilo de vida saudável fomentador da saúde, só podemos acreditar e continuar a investir na Educação Física e, em particular, no Desporto Escolar.